segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A mulher sem nome

                                                                    A mulher sem nome


Realmente, a vida da mulher de pastor é complicada. Até mesmo mais que a vida do pastor. Ela sofre com ele e por ele. Fica magoada com os comentários maldosos das “irmãzinhas” – afinal, estão falando é do marido dela! Segura a onda do marido, que toma bordoada por causa do ministério. Não pode esmorecer com ele, senão a casa cai – literalmente. Além disso, tem que ajudar na educação dos filhos, na rotina da casa... e isso tudo, na maior parte das vezes, sem reconhecimento da igreja. É uma mulher sem nome.

Como vivemos em uma sociedade capitalista, há aquelas esposas de pastor que trabalham fora para ajudar no orçamento – é verdade, existem pastores mal pagos, e eles são maioria! Infelizmente, como disse um professor meu, somos iluministas em um mundo pós-moderno, e as igrejas, ou parte delas, não aprendeu a ver a esposa do pastor como uma pessoa independente, que trabalha, estuda, vive a vida. Grande parte das igrejas ainda está sob o paradigma da mulher sem nome: a mulher do pastor deve estar sempre linda, cheirosa, bem-arrumada, os filhos calmos e tranqüilos ao seu lado, enquanto o marido prega. Isso se ela não tiver que reger o coral ou tocar piano... Se a esposa ganha mais que o pastor, então, pode dar até problema na condução da igreja, por causa dos falatórios que podem surgir de gente pronta a fofocar e indisposta a ajudar!
Mas, aos poucos, a coisa está mudando.
Mas ainda há muito ao que mudar. Assim como a igreja evangélica, parada no tempo, não sabe como lidar com um pastor humano, feito de carne e osso, também não sabe como lidar com a família do pastor. Daí vive grande paradoxo: a família é um valor basilar da igreja, mas a família do pastor sempre é a primeira a ser atacada com fofocas e maledicências.

A mulher do pastor, enfim, também exerce ministério pastoral. Mas ela pastoreia o marido, nas horas de tempestades, e os filhos, juntamente com o marido. Um conselho que dou às irmãs já esposas de pastores, e aquelas que pensam em ser: vivam a vida conjugal com o seu marido, e não com a igreja. Afinal, a cama agüenta o peso de duas pessoas, não de 50, 100. Você se casou com um homem, não com uma instituição. Antes de ser pastor da igreja – e, por conseguinte, também seu – ele é o homem que você escolheu para envelhecer junto. Isso é muito mais importante que cargos, nomeações, posições sociais.

Um comentário:

  1. Será que é por isso que elas estão sendo ordenadas como pastoras também???
    Adorei seu texto. Paz querido!

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